A Autoprodução Musical

Sobre o livro

O livro “A Autoprodução Musical” cumpre uma função importantíssima, justamente nesse momento de reconfiguração do setor musical. Há, no livro, em linguagem inteiramente livre de academicismo e apresenta uma série de conceitos que se inserem no frame do processo em curso, nomeando-os, conceituando-os. Esse passo é importante em muitos sentidos. A produção de documentos que se tornam referencias históricas, a nomeação dos fatos constrói, estrutura o discurso; isso é da maior importância funcional: edifica as bases do discurso e dessa forma podemos estabelecer os diálogos institucionais com os atores num campo em disputa e sobre o qual ainda não consolidamos posição. É um campo em disputa e justamente a produção de documentos estabelece as primeiras fronteiras. O termo “autoprodutor”, já utilizado em discussões sobre políticas públicas para a música, ganha no título desse livro um salto quântico de valor.
Felipe Radicetti
(tecladista, arranjador, compositor e membro do Grupo de Ação Parlamentar – GAP)

Para adquirir o livro: www.iluminuras.com.br

Palestra e/ou Curso

O conteúdo do livro pode ser apresentado e debatido tanto na forma de palestra como de curso de curta duração. Ambos tem como objetivo debater sobre as novas formas de produção cultural dentro da música brasileira. A música produzida fora do grande circuito industrial já é uma realidade e tem se tornado cada vez mais competitiva dentro do mercado da música no Brasil. Além disso, esse tipo de produção vem desempenhando um papel importante na renovação de nossa diversidade musical, pesquisas e confluência de diferentes gêneros e estilos. Com este debate, pretende-se refletir sobre essa visão de produção musical e suas várias alternativas de produzir música de alta qualidade técnica e artística.

O contexto histórico-social da música brasileira em que se passou a pensar e realizar produções musicais sem um estrutura industrial é fundamental para se ter uma compreensão mais ampla de como se encontram esses agentes hoje em dia. Com os avanços tecnológicos e sucessivas crises na indústria fonográfica, estamos vivenciando nos últimos 20 anos uma grande re-configuração do setor musical no país e no mundo, com o surgimento de novos agentes, mudança de antigos paradigmas, o que vem gerando uma dinâmica social mutante em torno das produções musicais formando um quadro extremamente complexo. A indústria musical no Brasil, especificamente, possui hoje uma quantidade enorme de ramificações ainda não dimensionadas com precisão. Nesta palestra pretende-se debater sobre as diferentes estruturas de produção, leis de incentivo à cultura, distribuição dos produtos culturais, e outros assuntos relevantes para se compreender melhor essa re-configuração que estamos enfrentando no setor musical brasileiro. O enfoque de toda discussão se baseia na maneira contra-industrial de produção proposta pelos autoprodutores, se tornando um modelo de negócios viável e alternativo aos já estabelecidos indies e majors. Cada vez mais esses artistas reafirmam o seu protagonismo no mercado musical brasileiro, trazendo uma concepção realista e não especialista do processo produtivo, ou seja, eles estão presentes em todas as etapas da cadeia produtiva da música no Brasil no que diz respeito aos seus próprios trabalhos, criando “pequenas indústrias” em torno de suas carreiras. A palestra pode se desdobrar em um workshop/oficina mais completo, abordando aspectos mais práticos de gestão de carreiras, elaboração de projetos culturais e aspectos práticos do mercado da música, realizando uma capacitação que pode ser dividida em duas ou até três aulas.

Referências Bibliográficas

  • MÁRIO, C.
    Como Fazer um Disco Independente.Editora Vozes. Petrópolis-RJ, 1986.
  • MOREIRA, L.
    Patrocínio Planejado: MarketingCultural para Empresas. São Paulo-SP, 2004.
  • NAPOLITANO, M.
    Seguindo a Canção: EngajamentoPolítico e Indústria Cultural na MPB(1959-1969). Editora Fapesp. São Paulo-SP,1999.
  • WORMS, L. S. & COSTA, W. B.
    Brasil Século XX: Ao Pé da Letra da Canção Popular. Nova Didática Editora. Curitiba-PR, 2002.
  • LEMINSKI, E. R. & RUIZ, T. M.
    Contra-Indústria. Selo Editorial. Belo Horizonte-MG, 2006.
Postar no Twitter Compartilhar no Facebook